Neste 1º de maio, dia de luta dos trabalhadores e das trabalhadoras, afirmamos a luta por “Direitos, Democracia e Combate à Corrupção”. A crise do capitalismo não apenas atingiu países da Europa e Estados Unidos, como avança em outros territórios, como o Brasil. A História é cíclica, movida por avanços e retrocessos e os reflexos da crise do capital na sociedade brasileira atingem diretamente a democracia e a forma de organização do Estado. Um dos principais alvos foi a Petrobras, um dos motores do desenvolvimento nacional, que vem sofrendo uma avalanche de ataques pela mídia e por setores conservadores, que defendem sua privatização. A Petrobras é um dos maiores patrimônios do povo brasileiro, assegurando soberania nos recursos petrolíferos e na geopolítica internacional. Todos os dias, milhares de trabalhadores(as) constroem essa empresa pública e acumulam conhecimento tecnológico capaz de promover políticas públicas emancipatórias. É fundamental a defesa de uma Petrobras 100% pública com controle social, cujos recursos estejam direcionados para a educação e saúde. Concomitante às tentativas de destruição da Petrobras, ainda há um movimento que atenta diretamente ao Estado democrático de direito. Repudiamos manifestações golpistas e defendemos a radicalização da democracia. A corrupção é uma questão estrutural, advinda da organização do atual sistema político brasileiro. Um dos principais passos é o fim do financiamento privado de campanha. Isso porque a corrupção começa no processo eleitoral, quando empresas financiam seus candidatos para defenderem políticas de mercado nas instâncias parlamentares. A atual composição do Congresso Nacional é uma das mais conservadoras desde a redemocratização do país, de acordo com o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Este cenário já atinge diretamente a classe trabalhadora, principalmente com a atuação perversa orquestrada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para aprovar o PL 4330, que amplia e regulamenta a terceirização no Brasil. Este é um ataque frontal aos direitos conquistados, que fragiliza ainda mais os trabalhadores. É imprescindível uma reforma política profunda, cujos princípios perpassem pelo financiamento público de campanha, pela efetivação da Política Nacional de Participação Social e pela democratização dos meios de comunicação. O empoderamento do cidadão também se dá pela informação e pela possibilidade de narrativas amparadas pela diversidade brasileira. Hoje, não há contraponto nos meios de comunicação, apenas casuísmo da informação, de acordo com interesses hegemônicos de mercado. Nesse 1º de maio, nós engenheiros e engenheiras organizados(as) na Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge) defendemos:
– Petrobrás 100% pública com controle social
– Reforma política profunda com o fim do financiamento privado de campanha
– Democratização dos meios de comunicação
– Retirada do PL 4330, que amplia as terceirizações no país
– Fim das MPs 664 e 665, que determinam novas regras para acesso a benefícios previdenciários como, por exemplo, abono salarial, seguro desemprego e auxílio-doença.
– Defesa e radicalização da democracia
– Defesa do Estado democrático de direito
Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros, 1º de maio de 2015