O Coletivo Nacional dos Eletricitários realizou nos dias 19 e 20 de março, em Recife, o planejamento para a campanha salarial 2015. Estiveram presentes em excelente número, um dos maiores dos últimos anos, de dirigentes sindicais de todas as empresas. Foram dois dias de intensos debates, formulações de propostas, análise de conjuntura econômica e a tirada das diretrizes, que vão nortear a luta dos trabalhadores do Sistema Eletrobras para conquistar um acordo que reflita a importância da categoria para o crescimento econômico e social do país. O planejamento contou com a assessoria do DIEESE. O Técnico da Subseção FNU , Gustavo Teixeira, fez uma ampla apresentação de conjuntura, onde destacou o momento de crise econômica e política por qual o país passa e que poderá ter reflexos nas negociações. Segundo ele, as medidas anticíclicas não surtiram o efeito desejado. O quadro atual é de baixo crescimento e alta da inflação.
Durante o planejamento do CNE foi feita a apresentação da pesquisa realizada junto aos trabalhadores do Sistema Eletrobras sobre a campanha salarial 2015. Foram 1.475 respostas que contribuíram para a construção da pauta nacional, orientando as ações e apontando os pontos mais importantes para a categoria na campanha que se inicia. Sobre a PLR o DIEESE ressaltou a importância de se levar em conta não apenas o desempenho econômico/contábil, mas outras variáveis, como os resultados operacionais, que mostram um avanço importante do Sistema, graças ao excelente desempenho dos trabalhadores. Para pressionar a direção da Eletrobras os dirigentes presentes ao planejamento ratificaram a paralisação no 30 de março, como o dia de luta pelo pagamento da PLR. O êxito desse planejamento mostra que os trabalhadores estão preparados e mobilizados, prontos para encarar um dos acordos mais difíceis dos últimos anos. O momento requer unidade nas ações e principalmente envolvimento de cada trabalhador na luta. O primeiro passo será dado dia 30 de março, com a paralisação de 24 horas em defesa do pagamento da PLR.
Participação da Fisenge
A atividade envolve mais de 80 sindicalistas de diversas entidades, entre elas a Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), que estão organizando e debatendo a pauta de reivindicações do setor elétrico federal. Representando a Fisenge, o diretor de negociação coletiva, Ulisses Kaniak, levou ao Planejamento as reivindicações dos profissionais representados pelos sindicatos da Federação. “Identificamos na pesquisa, que fizemos com os engenheiros da base, questões específicas, que foram incluídas na pauta geral. A valorização do trabalhador e da trabalhadora do setor elétrico é fundamental para uma Eletrobras e um Setor Elétrico fortes, que proporcionem serviços de qualidade para a sociedade”, disse Ulisses. O diretor da Fisenge, Gunter Angelkorte, participou da comissão de sistematização da pauta e inseriu questões específicas para os engenheiros. “Além da exigência de cumprimento do SMP e o registro das ARTs com custo para as empresas, incluímos pontos comuns a todas as categorias, como o cumprimento do tratamento previsto na lei nº 8878 aos empregados anistiados, a preocupação com a manutenção da capacidade econômica de vários benefícios sendo corrigidos por índices setoriais específicos. Não vamos admitir qualquer prejuízo aos direitos dos trabalhadores do setor elétrico federal (Sistema Eletrobras)”, afirmou Gunter. Também participam do Planejamento, o secretário-geral da Fisenge, Fernando Jogaib; o diretor do Senge-RJ, Agamenon Oliveira; o presidente do Senge-PE, Fernando Freitas, e os diretores do Senge-PE, Mailson da Silva Neto e Plínio Sá.