Boletim 18 de janeiro
Coletivo de Mulheres da Fisenge se reúne em Salvador e define agenda política
O Coletivo de Mulheres da Fisenge se reuniu, entre os dias 1 e 2 de fevereiro, em Salvador. Durante o encontro foi definida a pauta, que norteará a agenda política deste ano do Coletivo: assédio moral. “Temos percebido inúmeros relatos de trabalhadores e trabalhadoras, que vêm sofrendo assédio moral. Nosso objetivo é denunciar e combater esta prática como forma de violência e alertar para os direitos”, afirmou a diretora da mulher da Fisenge, Simone Baía. Entre os encaminhamentos estão programados: publicação de uma cartilha; ações coordenadas em torno do tema, entre outros.
Como parte da programação da reunião, aconteceu o seminário “A Mulher e o Mercado de Trabalho”, com participação da coordenadora de planejamento e gestão da Secretaria de Políticas para Mulheres do governo da Bahia, Poliana Rodrigues; e da supervisora técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos da Bahia (Dieese-BA), Ana Georgina.
Propaganda machista também é violência!
Por Coletivo de Mulheres da Fisenge
Não é antiga a propagação de peças publicitárias machistas na história do mundo. Época de carnaval e festas populares são ciceroneadas por propagandas que trazem a mulher como foco principal. A marca de cervejas Devassa, por exemplo, anunciou recentemente um comercial, que trazia um homem prestes a ter sua primeira vez com uma mulher. Neste caso: devassa. Ou mesmo o próprio comercial da Marisa, que propõe um estereótipo de mulher refém de modelos, pesos e medidas, em favor do corpo “perfeito”. Propaganda também é violência.
Afinal, a publicidade dita os estereótipos nos quais a mulher, moldada pelo patriarcado, deveria se encaixar. A publicidade é o que promove a difusão comercial de um produto e, em muitos casos, o produto é a mulher, caracterizando a mercantilização do corpo. Fora o estereótipo de mulher sempre associada à sexo e subserviência, é preciso alertar para o ditos padrões heteronormativas e raciais. Ou seja, mulheres brancas, heterossexuais e magras. A sociedade precisa de uma mudança radical de valores, com início nos meios de comunicação, instrumentos de veiculação de tais propagandas.
Assim como os informes publicitários, as novelas também ratificam os estereótipos e pautam a sociedade com jargões, modo de vestir, penteados, padrões eurocêntricos, etc. Precisamos de uma mídia democrática, livre de interesses mercantis, que respeitem a pluralidade e a liberdade da mulher.
Qualquer cidadão pode fazer denúncia de quaisquer propagandas Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) pelo site: http://www.conar.org.br/
Integrante do Coletivo de Mulheres da Fisenge se forma no curso de Promotoras Legais Populares
Em janeiro deste ano, aconteceu a formatura da primeira turma do curso Promotoras Legais Populares de Curitiba, do qual participou a integrante do Coletivo de Mulheres da Fisenge, Sandra Cristina Lins. “A proposta agora é levar oficinas para as demais regiões do estado e tentar oferecer às mulheres condições para superar situações de opressão”, contou Sandra. O projeto surgiu da necessidade de enfrentar as situações de violência, exploração, discriminação e desigualdade sofridas pelas mulheres. É um projeto que já é construído em outros países da América Latina e em diversos estados e cidades do Brasil e está sendo realizado pela primeira vez em Curitiba. A proposta motora deste são os cursos, cujo objetivo é contribuir para a igualdade de direitos e o exercício da cidadania das mulheres, possibilitando maior conhecimento sobre os direitos das mulheres e os mecanismos de sua efetivação, as lutas feministas, as leis que garantem direitos a mulher, especialmente sobre a “Lei Maria da Penha”.
Diretora da Mulher da Fisenge participa de planejamento estratégico da Secretaria de Mulheres da CUT
A Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT promoveu entre os dias 23 e 24 de janeiro, na região central de São Paulo, o seminário de planejamento para definir as estratégias de luta em 2013. O encontro foi transmitido ao vivo pelo site da Central, e reuniu mais de 60 representantes de todo o país, incluindo sete das nove presidentas das estaduais. A diretora da mulher, Simone Baía, representou a Fisenge no seminário. “Este foi um momento importante de definição de ações para o planejamento estratégico da Secretaria e também para levar à direção da CUT a questão da invisibilidade da mulher no mundo sindical”, contou Simone.
As discussões tiveram como base quatro eixos estratégicos: democratização do Estado e das políticas públicas, desenvolvimento sustentável, liberdade e autonomia sindical e fortalecimento do sindicalismo cutista.
Arquiteta assume presidência da Associação de Engenheiros e Arquitetos em Volta Redonda
No dia 8 de março, irá tomar posse a arquiteta Laura Jane, integrante do Coletivo de Mulheres da Fisenge, da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Volta Redonda (AEVR). Laura é a primeira mulher a assumir a presidência da Associação.
Diretora da mulher de Sergipe apresenta peça teatral sobre a mulher na engenharia
A diretora da mulher do Sindicato dos Engenheiros do Estado de Sergipe (Senge-SE), Marina Bezerra apresentou a peça “O sonho que mamãe sonhava”, durante a posse na nova diretoria.
Confira trecho da peça:
Chefe – Jurema, tenha a santíssima paciência. Minha filha, todo dia você quer conversar, todo dia há um problema a resolver. Entende uma coisa criatura, aqui não é salão de beleza, aqui se trabalha e não se conversa.
Jurema – Mas senhor, dessa forma até me ofende. Vim aqui para exigir algumas coisas.
Chefe – Olha lá, hein Jurema, lembre-se que estamos numa iniciativa privada, aqui essas coisas de sindicalismo, anarquismo, ocultismo não cabem.
Jurema – Não se trata de sindicalismo, senhor, mas venho representando as mulheres que trabalham na nossa empresa que necessitam de algumas coisas básicas.
Chefe – Já vai começar. Bem que eu disse que mulher era coisa do cão. Vai dar oportunidade para ela, nisso que dá. Quando a gente oferece apenas a pia e a beira do fogão é a maior reclamação. Maldito seja aquele que deu essa ideia da mulher ir trabalhar fora de casa. Não está vendo que mulher não cabe na Economia, na Política, muito menos na Engenharia?
Jurema – Senhor vou fingir que não ouvi. Saiba que a mulher também constrói bravamente esse país. Na sua empresa desde o fazer do concreto até a dianteira de um projeto tem mãos de mulheres aqui.
Chefe – Vai começar a ladainha.
Jurema – Senhor, é simples, queremos apenas um pouco de respeito. O senhor há de concordar que deve existir em todos os ambientes de trabalho um banheiro feminino.
Chefe – Agora foi que deu. Certo, D. Jurema, um banheiro feminino, com cabeleireira, manicure e um esbelto massagista!
Jurema – Larga a piada, senhor! Também é preciso que se construa uma creche para os filhos das funcionárias, das engenheiras, nós precisamos trabalhar tranquilas, sem se preocupar com nossos filhos. Se o senhor não tomar essas medidas, as mulheres da sua empresa vão lhe mandar um veredicto: não trabalharemos e procuraremos nossos direitos junto ao Sindicato, tenho dito.
Chefe – Dona Jurema, preste atenção, aqui nessa minha fala: gosto muito do seu trabalho, mesmo sendo uma mulher, pensa melhor que um ou outro homem, mas a senhora se ponha no lugar, não vou lhe dar ouvidos e pare de reclamar. Acho que isso é carência, falta de um homem para você se preocupar. Porque então não dar uma oportunidade para Tonhão Severino, ele aqui é pau para toda obra, faz tudo, mesmo não tendo nível superior, não conheço um homem com mais valor. Quem sabe no seu problema ele também trate com ardor.
Jurema – Senhor eu não vou admitir…
França confirma mortes vinculadas à pílula Diane 35
A agência de medicamentos francesa anunciou quatro mortes por trombose venosa relacionadas ao remédio Diane 35, um tratamento contra a acne do laboratório Bayer utilizado geralmente como pílula contraceptiva. Confirmando uma informação do jornal francês “Le Figaro”, que revelou sete mortes relacionadas a este medicamento, a agência pública francesa informou que em dois dos três casos mencionados pelo jornal, a morte foi consequência de “doenças subjacentes” das pacientes.
Governo reedita o “passaporte” de enfrentamento ao tráfico de pessoas
O governo federal está reforçando a campanha nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Mulheres que teve início em 2010. A Coordenação Tripartite, composta pelo Ministério da Justiça (MJ), Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM-PR) e Secretaria de Direitos Humanos (SDH), reeditou o passaporte ‘Dicas para viajar com segurança’. Trata-se de uma cartilha contendo dicas e orientação para que as brasileiras e brasileiros não se deixem envolver por aliciadores. O material está sendo distribuído nos aeroportos, pela Polícia Federal, na rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, composta pelos Núcleos de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Postos Humanizados de Atendimento à Migração e também na Rede de Atendimento Especializado à Mulher.
ARTIGO: Feminização da engenharia
Por Alméria Carniato
Se ainda hoje o senso comum considera, em certa medida, o domínio tecnológico como sendo masculino, o constante aumento da participação feminina em certas profissões, demonstra que a origem do problema não é natural. As diferenças entre os sexos são construídas em diferentes esferas como a família, a escola e o mercado de trabalho. No Brasil, no final do século XX, ocorreu um aumento significativo da presença feminina nas universidades. No entanto, este processo não ocorreu de forma homogênea. Foi uma trajetória diferenciada com áreas ou disciplinas com notável concentração de mulheres e, ou múltipla concentração de homens.
Estupro bárbaro na Índia ressuscita pauta das mulheres
Em 16 de dezembro, um crime chocou a Índia e o mundo. Em um ônibus, voltando do cinema, uma jovem estudante de 23 anos foi estuprada, diante do namorado, por seis homens – incluindo o motorista. Lançado na estrada, o namorado também sofreu graves ferimentos. Levada ao hospital Mount Elizabeth, em Cingapura, a jovem não suportou e morreu. Desde então, uma onda de protestos contra os estupros tomou o país. Na mídia local, quase um mês depois, a repercussão centraliza o noticiário. A solidariedade às mulheres vítimas de violência sexual tem partido de todos os setores sociais. Inclusive manifestações predominantemente masculinas têm sido vistas em diversas capitais. Uma grande manifestação aconteceu em 26 de janeiro, dia da independência do país. Casos graves de estupro foram revelados inclusive nos altos postos governamentais da Índia. A gravidade das novas histórias reveladas, e os constantes protestos, mantém o assunto no centro da pauta.
Portal reúne informações sobre atendimento no SUS
A partir de agora, o paciente do Sistema Único de Saúde (SUS) poderá acessar as informações sobre o atendimento que recebeu nas unidades públicas, por meio do Portal de Saúde do Cidadão, lançado no dia 5. No portal portaldocidadao.saude.gov.br, serão registradas informações sobre internações, atendimentos ambulatoriais de alta complexidade e cirurgias – dados de divulgação restrita aos pacientes, que poderão liberá-los a médicos por quem estejam sendo acompanhados.
Calendário de Lutas das Mulheres
06.02 – DIA INTERNACIONAL DE TOLERÂNCIA ZERO À MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA
24.02 – CONQUISTA DO VOTO FEMININO
08.03 – DIA INTERNACIONAL DA MULHER
21.03 – DIA INTERNACINAL PELA ELIMINAÇÃO DA DISCRIMINAÇÃO RACIAL
27.04 – DIA NACIONAL DA TRABALHADORA DOMÉSTICA
30.04 – DIA NACIONAL DA MULHER
18.05 – DIA NACIONAL DE COMBATE AO ABUSO E A EXPLORAÇÃO SEXUAL INFANTO-JUVENIL
28.05 – DIA INTERNACIONAL DE LUTA PELA SAÚDE DA MULHER
28.05 – DIA NACIONAL PELA REDUÇÃO DA MORTE MATERNA
30.05 – DIA DE LUTA MAIOR PARTICIPAÇÃO POLITICA DAS TRABALHADORAS RURAIS
04.06 – DIA NACIONAL DE CRIANÇA VÍTIMA DE AGRESSÃO
21.06 – DIA DE LUTA POR UMA EDUCAÇÃO SEM DISCRIMINAÇÃO E NÃO SEXISTA
28.06 – DIA DO ORGULHO GAY
25.07 – DIA DA TRABALHADORA RURAL
25.07 – DIA DA MULHER AFRO-LATINA-AMERICANA E CARIBENHA
07.08 – SANÇÃO DA LEI MARIA DA PENHA (11.340 DE 2006), QUE COÍBE A VIOLÊNCIA CONTRA MULHER
12.08 – DIA DE LUTA CONTRA VIOLÊNCIA NO CAMPO – MARCHA DAS MARGARIDAS
19.08 – DIA NACIONAL DO ORGULHO LÉSBICO
26.08 – DIA INTERNACIONAL DA IGUALDADE FEMININA
29.08 – DIA DA VISIBILIDADE LÉSBICA
06.09 – DIA INTERNACIONAL DE AÇÃO PELA IGUALDADE DA MULHER
14.09 – DIA LATINO-AMERICANO DA IMAGEM DA MULHER NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
23.09 – DIA INTERNACIONAL CONTRA EXPLORAÇÃO SEXUAL E TRÁFICO DE MULHERES E CRIANÇAS
28.09 – DIA DE LUTA PELA DISCRIMINAÇÃO DO ABORTO NA AMÉRICA LATINA E CARIBE
20.09 – APROVAÇÃO DA LEI 9.100 de 95 QUE GARANTE COTAS PARA MULHERES NA POLITICA
10.10 – DIA NACIONAL DE LUTA CONTRA A VIOLÊNCIA À MULHER
12.10 – DIA INTERNACIONAL DA MULHER INDÍGENA
12.10 – DIA NACIONAL DE LUTAS POR CRECHES
15.10 – DIA MUNDIAL DA MULHER RURAL
25.10 – DIA INTERNACIONAL CONTRA A EXPLORAÇÃO DA MULHER
25.11 – DIA INTERNACIONAL PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA MULHER
01.12 – DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA AIDS
10.12 – DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS
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