Eletrobrás ignora pauta de reivindicações dos trabalhadores na 1ª rodada de negociação

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O Coletivo Nacional dos Eletricitários entregou no dia 15 de abril, a pauta contendo todas as reivindicações dos trabalhadores à direção da Eletrobrás, no Rio de Janeiro, dando desta forma o “pontapé” oficial para discussão do acordo coletivo de trabalho, portanto do ponto de vista da categoria a campanha salarial já está nas ruas. Porém, para a direção da Holding nada mudou, preferem adotar a “estratégia” de ignorar os trabalhadores e suas reivindicações, isso ficou claro nesta primeira rodada de negociação realizada em Brasília, onde nada foi discutido, nem ao menos se deram o trabalho de ler as cláusulas apresentadas pela categoria para esclarecer dúvidas sobre qualquer ponto, se restringido ao final da reunião a assinar a prorrogação do ACT em vigor até 15 de julho deste ano. O que na nossa avaliação foi novamente um desrespeito ao Coletivo que estava presente.

A desculpa foi que os negociadores da Holding não tinham ido ainda ao Governo, para saber qual o espaço e o que poderá negociar, demora essa inexplicável.

Essa primeira reunião ficou marcada pelas apresentações de projeções sobre a empresa no que diz respeito ao processo de transformação da Nova Eletrobrás, e a importância de se investir no constante aperfeiçoamento profissional dos trabalhadores, com a apresentação da proposta de criação da UNISE-Universidade Corporativa do Sistema Eletrobrás, modelo já adotado por várias empresas.

Ficou claro nessas duas apresentações, a importância dada aos trabalhadores do Sistema Eletrobrás, e que sem a nossa participação não haverá o sucesso esperado.

Na verdade o CNE veio com o objetivo de discutir as cláusulas do ACT, aprofundar os debates em temas que são fundamentais para os trabalhadores, em especial os econômicos, como a manutenção do ganho real, dentre outros pontos. A direção da Holding deve entender de uma vez por todas que discussão de ACT é coisa séria, as entidades sindicais de várias regiões passam por dificuldades financeiras, e fazem esforço para enviar seus representantes as reuniões, por isso
não é admissível esse tipo de comportamento.

É inegável que vivemos um momento de crise mundial, mas esta crise não foi gerada pelos trabalhadores e sim pelos especuladores e banqueiros, neste sentido, não admitiremos que esta situação seja usada pela Eletrobrás para dificultar as negociações, primeiro porque seu lucro foi de mais de 5 bilhões de reais, e ela se encontra em um grande momento, com o sucesso na reestruturação das distribuidoras federais, como também a conjuntura mostra que o país vem sabendo
superar essas dificuldades, hoje segundo todos os analistas e o próprio governo, o pior já passou.

O CNE reafirma seu compromisso para o diálogo, entretanto, caso na próxima rodada de negociação marcada para os dias 27 e 28 de maio em que haverá nova apresentação do PCR, a Eletrobrás não responda nossas reivindicações, daremos nossa resposta de forma contundente em todas as bases, realizando fortes mobilizações, já que não podemos aceitar que o ACT se estenda ao bel prazer da direção da Holding. Os trabalhadores querem uma posição oficial e não
enrolação.

Eletrobrás esconde PCR dos trabalhadores

Mesmo após a realização devárias reuniões de apresentação do PCR para os trabalhadores, a direção da Eletrobrás não apresentou nada de concreto, a tabela salarial das empresas estão guardadas a sete chaves, uma hora dizem que os estudos ainda não estão prontos, em outra falta uma análise maior, ou seja, o uso de desculpas esfarrapadas é que não faltam.

Os trabalhadores estão fartos desse tipo de comportamento, até mesmo porque as sugestões que demos não foram levadas em consideração, como por exemplo, na
questão da adoção da promoção por antiguidade em todo Grupo no momento de implantação do PCR.

O PCR é importantíssimo para os trabalhadores pois, se bem conduzido corrige uma série de distorções, inclusive salariais, por isso exigimos que a Holding mude sua postura e apresente de forma definitiva o plano final. Queremos ter a oportunidade de conhecer com detalhes o que foi feito, como ele vai afetar
a vida dos trabalhadores e a partir deste momento teremos condições de nos posicionar.

Para o CNE o sentimento que fica até o momento, é que tudo não passou de um grande teatro, a Eletrobrás tem o PCR finalizado, porém prefere escondê-lo como forma de conseguir ganhar tempo nas negociações do ACT, tentando dessa forma confundir os trabalhadores. O certo é que esta estratégia, se for confirmada, estará fadada ao fracasso, pois a categoria esta preparada para a luta, impedindo qualquer manobra desta natureza.Fonte: Federação Nacional dos Urbanitários