Engenheiro e arquiteto avaliam efeitos da crise

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A carência de profissionais do setor da construção civil pode se tornar realidade no Estado do Pará. Segundo os Conselhos Federal (Confea) e Regional de engenharia, arquitetura e Agronomia (Crea) do Pará, há cerca de doze mil engenheiros, arquitetos e agrônomos cadastrados no Estado. Mas esse volume deve cair por conta da crise econômica, que freou os investimentos no setor. Além disso, existem apenas 17 inspetorias fora de Belém. Cada uma com dois profissionais responsáveis pela fiscalização do exercício profissional.
 

Propostas para solucionar estes problemas estão em discussão, na capital paraense, em dois eventos que contam com a participação de membros do Confea e dos sete Creas da Região Norte. No dia 3, por exemplo, transcorreu na sede do Crea do Pará o 3º Seminário de Inspetores. E hoje e amanhã, a 2ª Reunião Ordinária do Crea Norte ampliará o debate a conselheiros do Pará, Amapá, Acre, Roraima, Rondônia, Amazonas e Tocantins. 

A programação, que é alusiva aos 75 anos da fundação do Crea paraense – o primeiro no Norte do país -, comemorados no próximo domingo, não reacende o debate sobre a área de construção civil por acaso. Responsável por cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB), o setor forma, anualmente, 23 mil novos profissionais e vive em expansão, tanto no setor público quanto no privado. No entanto, a apreensão quanto à falta de mão-de-obra especializada só faz crescer, pois o ritmo de crescimento populacional e urbano não é acompanhado na mesma medida pela formação de novos profissionais.
 

Por conta disso, explica o presidente do Crea do Pará, José Leitão de Almeida Viana, é preciso que as políticas dos conselhos valorizem o setor e que as demandas da sociedade sejam repensadas. Nós temos uma dupla função, já que temos um compromisso social com o bom funcionamento dos setores ligados à construção, mas também vivemos em constante diálogo com a política, explicou. Além de fiscalizar o exercício do trabalho, faz parte de nossas atribuições conhecer e cobrar da administração pública bons mecanismos para o bem-estar social ligado a nosso setor, assim como exigir atualizações na formação deste profissional , complementou.
 

O seminário que iniciou a programação alternou vários assuntos durante a manhã e tarde de ontem. Cerca de 30 profissionais e inspetores aproveitaram a ocasião para trocar experiências sobre a área com membros de outros Creas Brasileiros, como os Palestrantes Álvaro Cabrini Júnior (presidente do Crea do Paraná) e Jonas Dantas dos Santos (do Crea da Bahia). Em relação à legislação do setor, algumas novidades foram discutidas, como a recente sanção da Lei 11.888 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que garante à assistência técnica pública e gratuita para moradias populares no Norte Brasileiro.
 

Além disso, também se explicou aos inspetores paraenses algumas de suas atribuições éticas e sociais, de forma a atualizá-los em relação aos modelos já aplicados com sucesso

em outros Estados Brasileiros. Fonte: O Liberal (Pará)