O Brasil vai defender na 92ª Conferência Internacional do Trabalho, nesta semana em Genebra, na Suíça, que os trabalhadores do mundo não sejam vítimas da crise financeira internacional. A informação é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu programa de rádio Café com o Presidente, veiculado nesta segunda-feira (15).
“O que nós precisamos debater é não permitir que os trabalhadores sejam vítimas da crise ou que apenas eles paguem pela crise. Nós temos que estar mais preocupados, todos os líderes, em garantir emprego para o povo, que é isso que conta no crescimento da economia”, disse.
Depois da Suíça, Lula segue para a Rússia, onde participa de uma reunião do BRICs – grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia e China. “Esses quatro países juntos representam praticamente metade da população mundial”, afirmou.
“Cada um tem o seu problema, mas cada um também tem a sua virtude. E nós queremos nos colocar de acordo sobre temas importantes, sobretudo com o G20, para que a gente faça prevalecer a política adotada nos nossos países”, completou. Depois do encontro na Rússia, Lula segue para o Cazaquistão.
Precipitação fez cair PIB
Lula disse também que as medidas tomadas por setores como a indústria automobilística diante da crise contribuíram para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de bens e serviços produzidos no país.
“Alguns setores da economia se precipitaram em praticamente acabar com os seus estoques. Eu poderia pegar, como exemplo, a indústria automobilística, que no mês de dezembro, praticamente não produziu carros, deu férias coletivas, e isso tem um significado muito importante na queda do PIB brasileiro”, disse.
Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma queda de 0,8% no PIB do primeiro trimestre deste ano. Apesar de se dizer “um pouco triste” com o resultado, o presidente se mostrou otimista.
“O que é importante é que o pior já passou e a economia brasileira está dando sinais enormes de recuperação”, comentou. “Nós entramos por último nessa crise e vamos sair primeiro que todos os países”, completou Lula, acrescentando que os investimentos e o consumo da população “não permitiram que o Brasil tivesse um efeito mais danoso na queda do seu PIB”.
Lula também comemorou a queda da taxa Selic, que na semana passada teve redução de um ponto percentual, passando de 10,25% para 9,25% ao ano. “Desde que foi criada, é a primeira vez que ela está abaixo de dois dígitos. É a primeira vez desde 1986, o que é uma coisa extremamente significativa”, ressaltou.
O presidente voltou a falar da necessidade da redução do spread bancário (a diferença entre os juros que o banco paga aos investidores e o que cobra nos empréstimos). “O spread ainda está muito alto, o spread ainda está seletivo, e nós vamos manter todo o esforço para controlar a inflação”.
Fonte: Agência Brasil