Diversidade e debates produtivos. Assim pode-se resumir o que foi a Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20, Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, que aconteceu entre 13 e 22 de junho, no Rio de Janeiro. Tendo como pauta comum o combate a pobreza, os movimentos sociais e intelectuais envolvidos com a Cúpula discutiram sobre a chamada “economia verde”, que, segundo eles, é apenas uma forma dos grandes empresários camuflarem o capitalismo com uma roupagem “ecológica”, através de técnicas “verdes” bastante limitadas e que não diminuem os problemas globais.
Com tendas espalhadas por toda a extensão do Aterro do Flamengo, a Cúpula agregou debates e discussões plurais, não só sobre meio ambiente, mas também temas relacionados desigualdades social, racial e de gênero. Com a presença maciça da sociedade civil, foram realizadas marchas por toda a cidade. O primeiro ato público ocorreu logo no início da semana, na segunda-feira, dia 18 de junho. A Marcha Mundial das Mulheres organizou uma passeata contra a mercantilização do corpo feminino e reuniu mais de 8 mil pessoas de várias partes do mundo. As feministas defenderam a mudança do atual modelo econômico, que, segundo elas, aprofunda as desigualdades e coloca as mulheres em um regime de submissão e pobreza.
Com faixas, camisas, bandeiras e carro de som, as mulheres saíram do Sambódromo, no Centro, às 7h30, e seguiram em marcha até o Museu de Arte Moderna (MAM), onde proclamaram discursos e realizaram uma batucada.
No clima da Rio+20, as manifestantes usaram garrafas plásticas, vasilhas e baldes como tambores. Com rostos pintados, elas chamaram a atenção de turistas e do publico que visitava a Cúpula dos Povos. Representantes de 31 movimentos de mulheres participaram da marcha no Rio de Janeiro.