Dia 8 de março é um dia muito especial: uma inquestionável força feminina expõe internacionalmente conquistas e denuncia as diversas formas de violência contra as mulheres.
Neste 8 de março, engenheiras reunidas na Diretoria da Mulher fazem da data o marco do início de um trabalho que tem como principal meta a crescente participação feminina nos onze sindicatos filiados à Fisenge.
O espaço conquistado com esta diretoria foi fruto de muita luta, garra e empenho de um grupo de engenheiras dispostas a fazer valer a voz feminina nos debates sobre políticas públicas e em tantos outros que buscam a construção de um país mais justo e democrático.
Multiplicar ações, fóruns e instâncias de poder país afora é absolutamente necessário para consolidar esta participação. E se é verdade que as mulheres disputam cada vez mais, em todos os setores, cargos de decisão, também é verdade que resistem e denunciam bravamente as injustiças e preconceitos dos quais continuam a ser vítimas.
Na engenharia não é diferente: vivenciam o orgulho de vencer bloqueios e afirmar a voz e repudiam o atraso e a visão preconceituosa.
A Fisenge parabeniza as mulheres que, internacionalmente, levantam esta bandeira e a todas as outras que conduzem suas famílias, comunidades e movimentos sociais rumo a um futuro profissional mais promissor, a uma sociedade igualitária e a um mundo de plena cidadania.
Márcia Nori
Diretora de Gênero
Mulheres tomam as ruas
Nesta sexta-feira, 6 de março, as principais capitais brasileiras tornaram-se palco do movimento feminista. Em comum, as bandeiras contra a desigualdade de gêneros, pelo fim da violência contra a mulher, em solidariedade às mães e mulheres de Gaza, em solidariedade às mulheres que sofrem com o desemprego.
No Rio de Janeiro, na Cinelândia, um ato reuniu mais de 30 entidades em torno da temática feminina. Milene Vieira, organizadora do movimento e representante da União Brasileira de Mulheres (ABM) explica o tema da caminhada desse ano: “Mulheres na rua contra a crise e contra a violência”.
“As mulheres são as primeiras a sofrerem com a crise. São elas as primeiras a serem mandadas embora das fábricas, por exemplo. Sofrem com o desemprego de seus maridos e com a falta de oportunidades para seus filhos. O segundo eixo, a violência, precisa ser incessantemente combatida. Apesar dos avanços – e a Lei Maria da Penha é uma das maiores conquistas do movimento feminista – ainda temos muito o que conquistar”, disse Milene.
Truculência policial
Minutos antes do ato unificado na Cinelândia, um grupo de mulheres do Movimento Feminino Popular fez protesto em frente à Embaixada dos Estados Unidos, também na Cinelândia. Na manifestação, queimaram a bandeira norte-americana e gritaram palavras de ordem contra o extermínio em Gaza.
Policiais que faziam a segurança do prédio entraram em confronto com o grupo quando algumas pessoas lançaram pedras em protesto. Um rapaz foi detido, mas ninguém ficou ferido.
Vicente Estephanio Filho, do Comissariado de Direitos Humanos do Centro de Defesa dos Direitos Humanos, presenciou a ação. “O único direito que o ser humano tem é o de espernear. O agente que deveria dar segurança ao cidadão age com selvageria. Isto afronta diretamente o artigo 5º da Constituição”, afirmou.
Na foto: mulher pinta faixa no movimento unificado ocorrido à noite na Cinelândia.