“Não chegamos ao fim da História”, afirmou o diretor de relações internacionais da Fisenge e secretário-geral do Senge-MG, Raul Otávio, na abertura do Seminário Internacional Desafios do Movimento Sindical no Século XXI, realizado nesta quinta-feira, dia 25. Assuntos como comunicação e globalização foram colocados no debate a fim de melhor compreender a inserção sindical na atual conjuntura. “Com o advento das novas tecnologias e formas de comunicação, cada vez mais, é preciso reinventar a relação entre trabalhadores e empregadores. A Fisenge, os Senges e outras entidades são capazes de elaborar uma proposta para reavaliar o atual quadro”, pontuou Raul. Mais de cem pessoas – entre estudantes, dirigentes sindicais e profissionais – participaram do seminário.
O primeiro painel sobre O trabalho e as demandas sindicais no século XXI contou com a presença do membro do diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Valter Pomar, e do pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Abílio Alvarez, que representou o presidente do Instituto, Márcio Pochmann. “Em primeiro lugar, é preciso dizer que o trabalho é uma coisa, uma relação social que se transforma ao longo da história. O processo de produção nunca foi tão forte e hegemônico. Por isso, vivemos uma enorme crise”, provocou Pomar. Ele ainda afirmou que vivemos em uma “crise do velho”. “Estamos em um momento de impasse, porque ainda não brotaram as novas relações. Nesse contexto, o multilateralismo e a integração regional são fundamentais”, acrescentou.
Abílio fez uma reconstrução história e explicou que, a partir dos anos 1980, grandes transformações aconteceram, inclusive, no que se refere à divisão internacional do trabalho.
O papel do engenheiro
Diante de um cenário alarmista de escassez de engenheiros provocado pelos meios de comunicação e algumas entidades de classe, o tema não ficou fora da pauta. O pesquisador do Ipea, Abílio Alvarez, enfatizou: “É necessário pensar em políticas de sustentabilidade ambiental e de desenvolvimento de novas tecnologias e os engenheiros são fundamentais neste processo”.
O presidente da Fisenge, Carlos Roberto Bittencourt, destacou que não há escassez de engenheiros. “O Ipea e o Diesse já confirmaram por meio de pesquisas que não existe falta de engenheiros, mas sim, em determinados setores. Não passa de falácia essa afirmação que, inclusive, serve como justificativa para a abertura de novas escolas sem qualidade”, declarou Bittencourt. Na mesma linha, o vice-presidente da Fisenge e do Senge-MG, Vicente Trindade, também falou sobre a importância da qualificação do engenheiro e da importância da inserção nos debates nacionais. “O engenheiro é fundamental na construção de um projeto de nação e precisa avançar nos debates, como por exemplo, a questão do pré-sal e sua defesa”, explicou Vicente.