9,6 bilhões de reais. Este é o valor total que as 12 cidades sede da Copa do Mundo terão de investir juntas para chegar à universalização dos serviços de saneamento básico até 2014. Estes são dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Com o objetivo de trocar experiências e discutir políticas públicas para esta área, foi realizado o I Seminário 2014 Saneamento na Rede – A chance de um gol de placa na universalização dos serviços de água e esgoto, entre os dias 18 e 20 de maio.
Na tarde desta quarta-feira, dia 19, foi debatido o tema A visão das operadoras – desafios e soluções para a universalização. Durante a mesa redonda, um representante de operadora de cada Estado expôs a situação de sua região e perspectivas. Em Porto Alegre, por exemplo, de acordo com o superintendente comercial do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), Vladimir Ortiz, houve uma evolução muito grande. “Em 1989, tínhamos apenas 2% de tratamento de esgoto. Em 2002 fomos para 27%. Daqui a um ano e meio, esperamos atingir 80% de esgoto coletado e tratado, colocando Porto Alegre como a melhor cidade do mundo nesta área”, ele afirmou.
Já em Cuiabá, segundo o presidente da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap), Carlos Roberto da Costa, o grande gargalo é o tratamento de esgoto. “Variamos entre 38% de coleta e 32% de tratamento. Um grande potencializador é o PAC I (Programa de Aceleração do Crescimento) que satisfaz 97 a 98% da distribuição de água. No entanto, as obras estão paralisadas”, ele declarou. Outro ponto nevrálgico compartilhado pelos representantes é a questão dos investimentos e a falta de planejamento, já que o sistema de saneamento básico brasileiro passou por um profundo processo de sucateamento iniciado nos anos 1990.
Pensar em políticas públicas para a área de saneamento público significa pensar no desenvolvimento social; na saúde e uma série de avanços. O diretor da empresa Águas do Amazonas, Arlindo Sales, contou que, desde que os investimentos neste setor ampliaram, a mortalidade infantil caiu consideravelmente. “Conseguimos reduzir o índice de mortalidade infantil em até 40%. Em 1999, tínhamos apenas 76% de cobertura da rede de água e 3% de cobertura da rede de esgoto. Hoje, avançamos muito e chegamos a investir, de 2000 a 2009, 560 milhões de reais, mas ainda temos muito a avançar na área de esgoto”, ele acrescentou.
O seminário terá continuidade nesta quinta-feira, dia 20, e fechará a programação com o tema Drenagem urbana – PAC drenagem; a questão das enchentes em São Paulo; plano diretor de drenagem para o Rio de Janeiro; gestão de resíduos da construção.