Em 2020, o Brasil terá 1,5 milhão a 1,8 milhão de engenheiros. A previsão está no Boletim Radar nº 12, uma edição especial sobre mão de obra no Brasil e crescimento, divulgado nesta terça-feira, dia 15, em Brasília. O estudo mostra que a demanda por engenheiros no país deve continuar crescendo e a estimativa é de que em 2020 o Brasil precise de 560 mil a 1,16 milhão de engenheiros, dependendo do crescimento econômico do país.
Embora a quantidade de engenheiros formados até 2020 seja suficiente para suprir a demanda prevista, há o gargalo do desvio ocupacional. Em 2009, apenas 38% dos formados em engenharia estavam no mercado nas suas ocupações típicas. Ou seja: seis em cada dez engenheiros atuam em outras funções que não engenharia. Em 2020, a previsão é de que esse número aumente para 45%. É possível que, em alguns setores como construção civil, mineração, petróleo e gás, haja um gargalo na oferta de profissionais, caso a economia cresça a níveis muito altos.
O Radar aponta como soluções de curto prazo para a escassez de mão de obra qualificada de engenheiros o aumento de salários, a retenção dos profissionais em vias de se aposentar, o retorno dos já aposentados para reduzir o problema da falta de experiência, a capacitação e treinamento. Já para as medidas de longo prazo, o destaque foi para o investimento em educação, com políticas de ampliação da oferta no sistema educacional e a garantia de formação básica com qualidade, a fim de aumentar o numero de jovens aptos para o ensino superior e o mercado de trabalho.
O boletim, que analisou também a formação de pessoal técnico-científico e de engenheiros, foi apresentado pelos técnicos de planejamento e pesquisa Fabiano Pompermayer, Paulo Meyer, Rafael Pereira e Aguinaldo Maciente.
O evento teve como debatedor Manuel Marcos Formiga, assessor especial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e o moderador foi Marcio Wohlers, diretor do Ipea. O Radar é uma publicação bimestral do Instituto que reúne artigos sobre produção, tecnologia, comércio exterior e outras questões em debate no Instituto.
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Fonte: Ipea
Crédito Foto: Sidney Murrieta