Em Assembleia Geral Extraordinária realizada em 22 regiões de Santa Catarina, na última segunda-feira, 17, engenheiros agrônomos demonstravam certo descontentamento e um clima de derrota, perante a proposta apresentada pelo Governo do Estado para o acordo coletivo da categoria.Com grande participação, quase 400 votantes, a proposta foi aprovada por 66% dos participantes, 260 votos a favor, 120 contra, representando 30% do total, e 14 abstenções. O detalhe foi de que cinco regiões no Estado rejeitaram integralmente a proposta.
Segundo a diretoria executiva do SEAGRO-SC, a proposta foi considerada a pior dos últimos anos e constitui claramente o desinteresse dos órgãos públicos (Epagri e Cidasc) em manter o nível de atendimento e da pesquisa ao produtor rural num dos índices mais inexpressíveis já vistos até então e da história das instituições.
O Seagro e os demais nove sindicatos que participaram das negociações lamentam o descaso com que a Secretaria da Agricultura e o Governo trataram os funcionários, somado ao terrorismo do fantasma das demissões. Segundo Vlademir Gazoni, presidente do SEAGRO, será que já teremos que marcar estas manifestações para o início de 2014? Onde está a responsabilidade dos dirigentes do Governo para com o status sanitário e a tecnologia de produção de Santa Catarina?
Mesmo com toda a articulação feita nas rodadas de negociação foram excluídos da pauta pontos essenciais como o ganho real, uma correta política de capacitação, justa movimentação interna de pessoal, adicional de titulação; aumento na contribuição patronal sobre o plano de saúde, implantação urgente do PCS (Plano de Cargos e Salários) entre outros benefícios já adquiridos em negociações anteriores.
Em meio as negociações, o Seagro-SC foi a público, por meio da utilização de mídia espontânea, e alertou a sociedade sobre a possibilidade de futuras demissões, uma vez que o governo contratou a Consultoria Ronald Berger (a mesma que já atua na Secretaria da Saúde e atuou em Furnas), famosa por apontar em seus relatórios, a necessidade de corte de pessoal e o enxugamento da máquina pública. Fica a pergunta: Até quando seremos marionetes na mão de um Governo que usa o poder para tentar privatizar o Estado?
O Seagro-SC destaca que é preciso que continuar articulados, unidos, acompanhando os passos futuros do governo, e se preciso for, articular ações em defesa dos direitos. O governo está sucateando e privando empresas públicas da agricultura de estrutura básica. Profissionais com defasagem salarial e agora o perigo iminente de demissões. Mesmo com o clima de descontentamento, que não pode ser confundido, nem mesmo levar a desunião da categoria, os dez sindicatos que articularam a negociação aguardam a convocação do Governo para em conjunto assinarem o acordo coletivo 2013/2014. O Seagro-SC agradece o emprenho e a dedicação de todos e individualmente, por meio de seus diretores regionais, sua luta e abnegação em prol da categoria, da agricultura familiar e do agronegócio catarinense.
Fonte: Seagro-SC