A Organização Internacional do Trabalho (OIT), órgão que faz parte das Nações Unidas, mostra que aumentou a participação das mulheres em cargos de chefia de empresas em todo o mundo. Porém, os números atuais revelam que apenas 5% dos postos de liderança e de CEO das corporações são ocupados por mulheres. Apesar do baixo índice, um estudo divulgado na segunda-feira, dia 12 de janeiro, pela OIT faz uma ligação entre a liderança feminina e o bom desempenho de uma companhia.
O vice-diretor do escritório da OIT em Nova York, Vinicius Pinheiro, comemora o resultado dos números. “A boa notícia é que houve um certo avanço na participação das mulheres em posição de direção e gestão e chefia das empresas. Essa pesquisa realizada pela OIT em 108 países, mostra que em 80 deles houve crescimento significativo da liderança feminina nas empresas. Em 34 países, o crescimento foi superior a 7%. Entretando, a má notícia é que esse crescimento ocorreu principalmente nas posições intermediárias de chefia. A quase totalidade das empresas no mundo continua sendo presidida por homens”.
Segundo a OIT, as mulheres ainda não estão bem representadas em posições de alto comando. No Brasil, o índice de ocupação feminina destes cargos gira entre 5% e 10%. China, Itália, México e Espanha estão no mesmo patamar. Os melhores desempenhos foram registrados na Finlândia, na Noruega, no Reino Unido e na Suécia com mais de 20%. Já no Chile, na Índia, no Japão e em Portugal, a liderança feminina representa menos de 5% dos cargos.
Mas em relação aos cargos médios e sêniores houve uma alta muito grande nos últimos 20 anos. O documento mostra que no Brasil, a mão de obra feminina nessa posição chegou a 37,3% em 2012, último ano com dados disponíveis.
Mercado
A OIT explica que “a participação crescente das mulheres no mercado de trabalho tem sido a principal força por trás do crescimento global e da competitividade”. O documento apresentado pelo órgão vinculado à ONU mostra que “ainda há muito a ser feito para que se possa atingir uma igualdade de gêneros nos locais de trabalho, especialmente em altos cargos de diretoria”.
O estudo da OIT revela ainda que “a menos que ações sejam tomadas imediatamente, serão necessários 100 ou 200 anos para que seja alcançada uma paridade em relação aos altos cargos”.
(com Rádio ONU)