Centrais sindicais e movimentos sociais realizam ato conjunto dia 11

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Confira os depoimentos dos presidentes da CUT e da CTB 

As principais centrais sindicais do país (CUT, CTB, Força, UGT, CSP/Conlutas, CGTB, CSB e NCST), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a União Nacional dos Estudantes (UNE) irão realizar no próximo dia 11 de julho um ato conjunto em todo o país. As paralisações, greves e manifestações terão como objetivo destravar a pauta da classe trabalhadora no Congresso Nacional e nos gabinetes dos ministérios e também construir e impulsionar a pauta que veio das ruas nas manifestações realizadas em todo o país dos últimos dias. De acordo com o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, os últimos dez anos de crescimento econômico colocaram o Brasil em outro patamar de desenvolvimento. “A classe média está crescendo, e o Estado não. Nos preocupa muito quando a mídia e a direita vêm com pauta conservadora propondo, por exemplo, redução da maioridade penal. Por isso, é fundamental a unidade na esquerda para colocar a pauta dos trabalhadores na agenda do dia”, explicou.

O presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Wagner Gomes, também destacou o período de transformações do país nos últimos anos. “Mesmo com mudanças importantes, precisamos enfrentar os problemas estruturais. Sempre estivemos nas ruas e, em março, estivemos em Brasília com as centrais sindicais e movimentos com mais de 70 mil pessoas para entregar a pauta dos trabalhadores. É preciso ouvir a voz das ruas e o maior impeditivo para mudanças estruturais é o modelo econômico, que é destinado ao pagamento de juros da dívida interna, o que deixa o governo sem margem”, comentou.

Sobre a reforma política ambos concordam que é fundamental. Vagner Freitas, da CUT, destacou que é preciso ouvir a população e que o plebiscito é o melhor instrumento. “Queremos ser participativos e ativos. Defendemos o fortalecimento dos partidos políticos, o voto proporcional e o financiamento público de campanha. A reforma política é central no enfrentamento do poder econômico e deve atender aos interesses do povo, e não dos empresários”, pontuou. Wagner Gomes, da CTB, acredita que a reforma política é fundamental, mas não deve vir sozinha. “Os problemas sociais devem ser levados a fundo. Eu, particularmente, defendo o financiamento público e a permanência das coligações. Outro ponto importante é a forma que o plebiscito se dará: precisa ser objetivo e pedagógico”, concluiu.

Os movimentos definiram uma plataforma unitária de lutas, com os seguintes pontos: 1) Educação: pelos 10% do PIB, melhoria da qualidade, ciranda infantil nas cidades, etc.; 2) Saúde: garantia de investimentos conforme a Constituição, melhoria do Sistema Único de Saúde (SUS), apoio à vinda dos médicos cubanos, etc.; 3) Redução da jornada de trabalho para 40 horas: aprovação do projeto que está na Câmara; 4) Transporte público de qualidade: proposta de tarifa zero em todas as grandes cidades; 5) Contra a PEC 4330: projeto do governo que institucionaliza o trabalho terceirizado sem nenhum direito, como Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e férias; 6) Contra os leilões do petróleo; 7) Pela Reforma Agrária: solução dos problemas dos acampados, desapropriações, recursos para produção de alimentos sadios, legalização das áreas de quilombolas, entre outras reivindicações; 8) Pelo fim do fator previdenciário, que afeta a classe trabalhadora ao se aposentar.

Além disso, os movimentos sociais defendem como bandeiras da mobilização a reforma política e do plebiscito popular sobre o tema; a reforma urbana para enfrentar a crise das grandes cidades e a especulação imobiliária; e a democratização dos meios de comunicação, com o encaminhamento ao Congresso Nacional do Projeto de Lei de Iniciativa Popular construído pelo Fórum Nacional de Democratização da Comunicação (FNDC) e em fase de coleta de assinaturas.

A mobilização nacional também denunciará o genocídio da juventude negra e dos povos indígenas; a repressão e a criminalização das lutas e dos movimentos sociais; e a impunidade dos torturadores da ditadura civil-militar. As centrais sindicais e os movimentos demonstrarão repúdio à aprovação do estatuto do nascituro e à redução da maioridade penal.

Fonte: Comunicação Fisenge