Depois de três encontros macrorregionais e 22 assembleias regionais, o Conselho Deliberativo do SEAGRO, reunido dias 18 e 19/03, debateu e definiu que a prioridade da Campanha Salarial deste ano será a retomada da carreira dos profissionais através de um novo Plano de Cargos e Salários. Na ocasião foi aprovada a versão final da pré-pauta de reivindicações que vai para votação final em nova rodada das assembleias regionais a ser realizada no dia 31/03.Já ficou definido que se até 1º de maio (data base da categoria) não houver atendimento das reivindicações, a categoria iniciará mobilização em todo estado, com concentração em Florianópolis na primeira quinzena de maio.
Assunto discutido desde 2008, a categoria indignada definiu que não abre mais mão de uma solução imediata que valorize a carreira dos pesquisadores e extensionistas rurais na Epagri e dos fiscais agropecuários
na Cidasc. O Governo do Estado não cumpriu os dois últimos Acordos Coletivos, onde deveria apresentar uma proposta de PCS que contemplasse cargos e carreiras por área de atuação. A Cidasc apresentou uma proposta que atende apenas parcialmente a reivindicação, enquanto a Epagri já foi notificada por não apresentar proposta, apenas um relatório onde a própria empresa, depois de mais de dois anos, reconhece que o atual PCS apresenta sérios problemas na gestão das carreiras. Durante as reuniões com a categoria, o presidente do SEAGRO-SC Vlademir Gazoni apresentou tabelas que confirmam o que todos já sabem: engenheiros agrônomos com 20 e até 30 anos de trabalho recebem a mesma remuneração dos colegas que estão sendo contratados agora pela Epagri e Cidasc. Por sua vez, mantido o atual PCS, estes novos contratados não têm nenhuma perspectiva de carreira para os próximos 20 anos.
Histórico de perdas e tratamento discriminatório
Não bastasse um histórico de perdas de INPC acumulada em mais de 42% e o achatamento da carreira, a categoria manifestou-se revoltada nas assembleias com o tratamento diferenciado dado pelo Governo do Estado a setores da administração direta no final de 2013, com um pacote salarial para uma parcela dos servidores da administração direta aprovado na Assembleia Legislativa. Para outros, houve a criação de expressivas gratificações. A Lei número 16.303, de 20 de dezembro de 2013, que institui o Programa de Redução de Despesas Correntes, Incremento da Arrecadação Previdenciária e Incremento Efetivo da Cobrança da Dívida Ativa (PRO-EFICIÊNCIA) na Secretaria de Estado da Administração (SEA), no Instituto de Previdência do Estado de Santa Catarina (IPREV) e na Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e estabelece outras providências e que na calada da noite e apagar das luzes do final de ano, o Governador Colombo, sancionou, beneficiando milhares de servidores de alguns segmentos.
Este ato associado às perdas salariais acumuladas, as reivindicações sociais subtraídas nos dois últimos acordos coletivos, a demora e até o descaso na apresentação transparente e efetivação do Plano de Cargos e Salários, das empresas públicas, Cidasc e Epagri, foram motivo de calorosas discussões, e exigiram dos presentes a discussão e a sugestão de propostas para ações de paralisação pontuais e até de uma movimentação organizada com vistas a uma parada nas atividades de fiscalização, extensão rural e atividades da pesquisa agropecuária.