O vereador Waldir Pires ministrou ontem, 01/04, no auditório Leopoldo Amaral da Escola Politécnica da UFBA, a palestra 50 anos do Golpe de 64. O evento, organizado pelo Instituto de Ação Geopolítica Zé Olívio Miranda (IZO), Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia (APUB) e Sindicado dos Engenheiros da Bahia (Senge-BA), contou com participação significativa do público, que aproveitou, além da palestra, uma apresentação musical com canções da época.
Compondo a mesa estavam, além de Waldir Pires, Sérgio Guerra, presidente do IZO, o presidente do Senge-Ba Ubiratan Félix, Virgildásio Sena, que era prefeito de Salvador na época do golpe, a ex-deputada Amabília Almeida, Joviniano Neto, membro da Comissão Estadual da Verdade, Paulo Pontes, ex-preso Político e o Marinheiro de 1 classe Barroso . Cada convidado participou da palestra, contando brevemente suas experiências pessoais na ocasião do golpe.
Durante sua fala, Waldir Pires ressaltou o contexto histórico que culminou no golpe militar, enfatizando que o Brasil era na época – e ainda é hoje – uma nação com pouca experiência democrática. Ele narrou a noite de 1 de abril de 1964 e sua própria participação nos fatos que antecederam a consumação do golpe em Brasília, quando ele, Darcy Ribeiro, na época Chefe da Casa Civil e Doutel de Andrade, o líder do governo no Congresso, tentaram impedir a deposição do presidente João Goulart. Waldir também falou sobre a importância de construirmos uma democracia inclusiva e em sintonia com a sociedade moderna. “Democracia não é só ganhar eleições e conquistar mandatos”, disse.
O vereador finalizou relembrando importância do governo de João Goulart e exaltou a política como única forma legítima de luta por melhores condições sociais: “A política é a única forma de se produzir mudanças na sociedade, porque é ela que assegura o diálogo”.
O evento ofereceu a todos os presentes um momento de reflexão e resgate de memória na data histórica. Avaliado a importância de iniciativas como esta, o ex-prefeito Virgildásio Sena comentou: “Quem não estuda a História é obrigado a repeti-la”. Concordando, Ubiratan Félix completou: “Nós não podemos esquecer”.