Conscientes de que a Copa do Mundo e as eleições podem ter reflexos na luta pela pauta da classe trabalhadora, dirigentes da CUT e das demais centrais sindicais decidiram, nesta terça (4), ampliar o grande ato unificado marcado para 9 de abril, em São Paulo, para os estados.
Sob o lema “Trabalhadores unidos por mais direitos e qualidade de vida”, a 8ª Marcha da Classe Trabalhadora sairá da Praça da Sé, às 10h, e seguirá até o vão livre do Masp, na Avenida Paulista, em defesa da agenda, entregue à presidenta Dilma Rousseff, em 2013, mas que pouco avançou.
Secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, destacou que a mobilização é fundamental para manter a negociação com o governo em um ano repleto de grandes eventos. Ele aponta também que os trabalhadores ainda aguardam uma resposta da presidenta sobre a solicitação de audiência que a Central fez em janeiro.
“O diálogo com a presidenta Dilma é importante porque, apesar de o ano ser marcado por Copa e eleições, não vamos permitir que nossa pauta fique sem negociação e avanços. Os trabalhadores querem a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário, o fim do fator previdenciário, a regulamentação da convenção 151 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) – que trata da negociação com os servidores públicos –, a reforma agrária. A presidenta tem dereceber as centrais e manter as mesas de negociação”, alertou.
As centrais também confirmaram que antes do dia 9 de abril promoverão mobilizações entre 15 de março e 8 de abril como forma de preparar para o ato unificado .
As entidades também preparam uma nova versão da Agenda da Classe Trabalhadora, documento unitário que apresentaram em 2010 durante assembleia nacional no Pacaembu, e que será entregue aos candidatos às eleições deste ano.
Outro ponto citado por Nobre e que estará na mobilização do dia 9 é o Projeto de Lei 4330, que amplia a terceirização, prejudicando a classe trabalhadora,e está parado no Congresso Nacional. “Em relação ao 4330, queremos que pare de tramitar e seja retirado do Congresso Nacional, porque permite a terceirização sem freios e critérios. Houve suspensão da votação, mas nada garante que não entre em pauta no meio das eleições e, por isso, é um debate que queremos fazer também com o Congresso Nacional, porque havia o compromisso de ocorrerem negociações. Entendemos que a terceirização precisa ser regulada, porque existem 12 milhões de terceirizados/as que não têm direito nenhum, mas temos de ter negociação sobre outras bases”, afirma o secretário-geral da CUT.
Diálogo conjunto – Ainda segundo Sérgio Nobre, as centrais cobrarão que o diálogo envolva os parlamentares, além do governo, para evitar que as mesmas pautas sejam tratadas de maneiras diferentes nas Casas.
“A conversa com Dilma, para planejar as negociações do ano, deve também envolver Executivo e Legislativo, por serem poderes independentes. Isso faz com que muitas vezes o mesmo tema tramite nos dois espaços, sendo tratado de maneira diferente e sem que seja possível que os trabalhadores acompanhem o desenvolvimento do processo”, finalizou.
Fonte: CUT Nacional