Aconteceu, entre os dias 31/1 e 1/2, a primeira reunião do ano do Coletivo de Mulheres da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge). O encontro contou com a palestra “Empoderamento da mulher trabalhadora”, ministrada pela integrante do Coletivo de Mulheres da CUT-RJ, Lúcia Reis. “O empoderamento das mulheres traz uma nova concepção de poder, assumindo novas formas democráticas, construindo novos mecanismos de responsabilidades coletivas de tomadas de decisões e responsabilidades compartidas. O empoderamento feminino é também um desafio as relações patriarcais em relação ao poder dominante do homem e a manutenção de seus privilégios de gênero”, explicou Lúcia Reis em citação a um texto.
De acordo com Lúcia, existem cinco dimensões importantes para o empoderamento e a oportunidade das mulheres: (1) a participação econômica, no que diz respeito à presença das mulheres no mercado de trabalho; (2) a oportunidade econômica, pois não basta a presença. É preciso observar a qualidade do envolvimento econômico das mulheres. Internacionalmente, as mulheres são concentradas na maioria dos casos em profissões consideradas femininas, enfermagem, serviço social, magistério, cuidado de idosos e enfermos; (3) o empoderamento político diz respeito à representação equitativa de mulheres em estruturas de tomada de decisão, tanto formais quanto informais e também de voz em políticas que afetam a sociedade na qual estão inseridas, (4) conquistas educacionais que, no caso do Brasil, para nossa surpresa são as mulheres que têm mais formação, de um modo geral; (5) Saúde e bem estar, de acordo com a OMS, ainda há a morte de 585 mil mulheres por ano, mais de 1600 por dia, por causas relacionadas à gravidez e ao parto, enquanto que dos 46 milhões de abortos anuais em todo o mundo, cerca de 20 milhões são realizados de forma insegura e resultam na morte 80 mil mulheres pro complicações.
“Quantas mulheres que se formam continuam no mercado de trabalho?”, questionou Lúcia lembrando da importância da divisão do espaço privado. “É fundamental a divisão do espaço privado com o compartilhamento de responsabilidades familiares e este é um desafio às relações patriarcais da sociedade”, apontou.
No dia seguinte, o Coletivo de Mulheres definiu a agenda de atividades para este ano. “Continuaremos pautando o assédio moral, principalmente a violência institucional ainda tão praticada nos espaços. Além disso, 2014 é ano eleitoral e precisamos aprofundar o debate sobre o empoderamento das mulheres nos espaços de poder”, afirmou a diretora da mulher, Simone Baía, que ainda ressaltou: “Estamos formulando uma campanha conjunta da Fisenge com os sindicatos filiados para o Dia de Luta das Mulheres Trabalhadoras, 8 de março”.