Em memória de Cláudia e por Justiça: 21 de Março, Dia Internacional de Eliminação da Discriminação Racial

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Claudia Silva Ferreira, foi morta em 16/03/2014, quando saía de casa para comprar pão para a família, foi arrastada por 350 metros por uma viatura policial. Neste 21 de Março, Dia Internacional de Eliminação da Discriminação Racial, cinco dias após a morte de Cláudia Silva Ferreira, queremos exigir que a morte desta mulher tão guerreira não seja em vão, que não seja apenas a morte de mais uma vítima de violência pelo estado, assim como a morte do Amarildo e de tantos outros anônimos e vítimas do mesmo Estado Omisso e Racista e da mesma falta de políticas que coíbam a reincidências de crimes como este cometidos por uma polícia que está preparada para matar. Após 50 anos do fim do regime militar no Brasil, percebe-se que o estado brasileiro ainda é ditatorial, ou seja, em suas instâncias públicas ainda prevalecem o regime autoritário que visa segregar e criminalizar os pobres em prol do domínio e privilégios das classes dominantes. Claudia foi morta por aqueles que deveriam preservar e proteger sua vida, a polícia. Este é um dos motivos para se lutar pela desmilitarização das polícias.

NÃO PODEMOS MAIS SER REFÉNS DA PRÓPRIA POLÍCIA, QUEREMOS UMA POLÍCIA HUMANIZADA E QUE PRIVILEGIE E GARANTA NÃO SÓ SEGURANÇA, MAS TAMBÉM A VIDA!!!

Claudia morreu brutalmente, por OMISSÃO e CONIVÊNCIA deste estado autoritário, pois considerando que a polícia estava ali instalada em nome do estado para prevenir e proteger os cidadãos, mas foi esta mesma polícia a principal responsável pela forma como esta mãe de família foi tratada, como um “nada”, alvejada, empurrada e arrastada pelas ruas como um saco de carne sem valor, em plena manhã de domingo, quando só o que se desejava era preparar o café e partilhar o pão com sua família. Queremos Justiça! e Retratação do estado por este e todos os crimes cometidos. A violência praticada contra a mulher, seja qual for o agente é um crime perverso e cruel, pois mulheres, esposas, mães, e filhas são as maiores vítimas da violência física, sexual, moral e urbana, sendo quase sempre mortas pelos seus agressores. É preciso denunciar estas práticas em todos os âmbitos, seja na vida privada ou pública. Infelizmente, o Espírito Santo está em 1º lugar no ranking do mapa da violência praticada contra a mulher, segundo os dados do IPEA de 2013, esta realidade precisa mudar, precisamos de leis que nos protejam mais que sejam implementadas efetivamente.

A terrível morte da Claudia no ultimo dia 16/03 no Rio de Janeiro colocou em pauta mais uma vez a discussão racial em nível nacional, com um fato que ocorre quase todos os dias nas periferias e favelas brasileiras e requer que a sociedade reflita não só este fato, mas também sobre as verdadeiras condições ao que está fadada a população negra no Brasil: o racismo, a discriminação, a ausência de oportunidades e de políticas de educação, saúde e segurança que garantam o avanço da igualdade racial, a crescente segregação social e racial e a criminalização dos pretos e pobres. São casos como estes que nos fazem perceber que é preciso questionar a falsa democracia racial em que vivemos no Brasil e que ao contrário do que muitos acreditem, o racismo existe e não é uma “imaginação” daqueles que o sofrem na pele e na alma. Está no dia à dia da sociedade e das instituições.

Mirt’s Sants // Militante de Direitos Humanos e do Movimento Negro// Coletivo Negrada