60 anos de Petrobras: O petróleo tem que ser nosso

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60 anos de história. São seis décadas de contribuição da Petrobras ao país, que foram comemoradas, no dia 3/10, com um almoço no Clube de Engenharia. Parlamentares, entidades e movimentos sociais participaram do ato. O conselheiro da Associação dos Engenheiros da Petrobrás, Ricardo Maranhão, conduziu a solenidade. “Precisamos lutar contra o leilão entreguista que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) insiste em realizar”, afirmou. A campanha “O petróleo é nosso”, da década de 1940, foi um marco histórico pela afirmação estatal do petróleo. Hoje, a campanha remontada pelo mote “O petróleo tem que ser nosso” tem ganhado força nas ruas e denunciado a realização de leilões. “A Petrobras surge com a luta do povo brasileiro, por meio da campanha. A empresa é um sustentáculo da soberania nacional, resistindo às ações que querem o Brasil colônia”, afirmou o deputado estadual Paulo Ramos (PDT-RJ), que participou da Constituinte de 1988, que estabeleceu o controle estatal de setores estratégicos no Brasil.

Um fato que vem causando indignação é a realização do leilão do Campo de Libra, no próximo dia 21/10, no Rio de Janeiro. “Minha esperança é de que a presidenta Dilma suspenda o leilão e abra um amplo debate com a sociedade”, destacou o ex-diretor da Petrobras, Guilherme Estrella. Há uma estimativa de 10 bilhões de barris de petróleo no Campo de Libra. O secretário-geral da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), Clovis Nascimento, participou da mesa de solenidade e acredita que garantir o controle estatal da Petrobrás significa garantir soberania nacional. “A Petrobras é uma das maiores conquistas do povo brasileiro e tem condições de reverter seu lucro para a sociedade. Afinal, lucro para quem e para quê? Esta é a nossa luta, para que o excedente econômico seja aplicado em política pública e na construção de uma sociedade justa e igualitária”, pontuou Clovis.

Durante o evento, foi homenageado o Brigadeiro Rui Moreira Lima que faleceu recentemente e foi um grande lutador pelo monopólio estatal da Petrobrás e pela democracia brasileira durante do Regime Militar de 1964. O vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), Fernando Siqueira trouxe ao debate a invasão dos dados da Petrobras. “Trata-se de espionagem e precisamos garantir a soberania de nosso país”, pontuou. Siqueira também anunciou a criação do Comitê Nacional pelo Fim dos Leilões do Pré-Sal e em Defesa da Petrobrás que já tem representantes no Rio Grande do Sul, São Paulo, Bahia, Espírito Santo e outros  estados brasileiros.

O professor Ildo Sauer disse que a Petrobrás é a mãe da soberania brasileira por ser a principal empresa do Brasil e ser a indutora do desenvolvimento econômico do país. “Estamos diante de um enfrentamento geopolítico estratégico e este país deve pensar de quê lado estamos. A disputa é por um novo modelo de redistribuição de recursos com investimentos em infraestrutura urbana, na reforma agrária, por uma nova matriz energética. Transformações que podem ser feitas com o dinheiro do pré-sal. A soberania só tem sentido na construção de um país justo, solidário e fraterno”, explicou Ildo Sauer, que também está lutando contra o leilão do Campo de Libra. Já o professor e ex-presidente da Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa, citou o caso do setor elétrico. “Acho que há uma orientação política equivocada. Na Eletrobrás, por exemplo, está acontecendo uma redução fortíssima de receita. É preciso dar mais atenção à política energética brasileira”, destacou. Ao final, todos de mãos dadas celebraram o hino da independência e ecoaram em um só tom: “O petróleo tem que ser nosso”.

O evento foi promovido pela Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), pelo Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio de Janeiro (Crea-RJ), pelo Movimento de Defesa dos Interesses do Brasil (Modecom), pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ), pelo Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), Associação dos Trabalhadores Aposentados, Pensionistas e Anistiados da Petrobrás e Subsidiárias Astape-Caxias e a Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet).