Realizado pela Fisenge, o 12º Congresso Nacional de Sindicatos de Engenheiros terá como tema central “A engenharia, o sindicalismo, a democracia e a soberania nacional”. Breno Altman, Marcio Pochmann, Tania Bacelar de Araújo, João Pedro Stédile, Clemente Ganz Lúcio e Silvio Tendler confirmaram participação nas atividades
A Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge) realiza o 12º Congresso Nacional de Sindicatos do Engenheiros (Consenge) entre os dias 9 e 11 de setembro, no Rio de Janeiro. O evento terá como tema central “A engenharia, o sindicalismo, a democracia e a soberania nacional”. Acontecerá de forma híbrida, em modo presencial, no Hotel Mirador, em Copacabana, e virtual, pelo Zoom, de acordo com os protocolos sanitários da pandemia de covid-19. No dia do encerramento, além da Carta do Rio de Janeiro, haverá exibição do filme A Bolsa ou a Vida, de Silvio Tendler. Todos os protocolos sanitários devido à pandemia de COVID-19 serão cumpridos.
O evento conta com patrocínio da Mútua e apoio do Crea-RJ.
> Dia 9 – Abertura
No dia 9, a abertura do evento será feita pela diretoria da Fisenge, às 19h, com palestra magna, às 20h, do jornalista Breno Altman, editor e fundador do portal Opera Mundi.
Estarão na mesa o presidente da Fisenge, Roberto Freire; do Confea, Joel Krüger; o presidente da Mútua, Francisco Almeida; o presidente do Crea-RJ, Luiz Consenza; a diretora da CUT/RJ e conselheira do Ondas (Observatório Nacional do Direito à Água e ao Saneamento), Andrea Matos; a presidente da FNA, Eleonora Mascia; o presidente do Senge RJ, Olímpio Alves dos Santos; o presidente do Clube de Engenharia, Pedro Celestino; a diretora do Coletivo de Mulheres da Fisenge, Virgínia Brandão e a vice-presidente da Fisenge, Elaine Santana.
De acordo com o engenheiro e presidente da Fisenge, Roberto Freire, o 12º Consenge ganha relevância adicional por acontecer em um momento político e econômico grave para o Brasil, com repercussões críticas na engenharia. “Desde 2016, o nosso país passa por reformas neoliberais, como a trabalhista e a previdenciária, que aprofundam problemas sociais, o desemprego e a precarização das condições de trabalho”, destaca. “Com a pandemia, esta situação se agravou, considerando a política de desmonte do Estado, que acelera as privatizações e que teve início com a suspensão da política de conteúdo local, medida que desestruturou a indústria naval e de petróleo e gás, afetando diretamente a engenharia. Precisamos nos mobilizar para fortalecer os sindicatos e a organização coletiva dos trabalhadores junto com os movimentos sociais, além de denunciar as políticas que atentam contra a soberania nacional e contra o desenvolvimento social.”
Para a engenheira e diretora da Mulher da Fisenge, Virgínia Brandão, é fundamental a retomada do desenvolvimento social e econômico do país. “O desemprego, as condições precárias de trabalho e os salários baixos afetam primeiro as mulheres, que também acumulam o trabalho doméstico no distanciamento social imposto pela pandemia. Precisamos fortalecer a organização dos Coletivos de Mulheres nos estados e ampliar a participação das engenheiras nos sindicatos.”
Dia 10 – Debates e palestras
No dia 10, haverá Plenária Inicial do Consenge, às 8h, para aprovação do Regimento Interno, seguida por debates dos dois temas de trabalho: “Organização Sindical” e “Resistir e Reconstruir um Brasil Soberano”. As discussões devem percorrer os seguintes eixos norteadores: política de reestruturação sindical; sustentabilidade sindical; o futuro do trabalho e uma revisão da reforma trabalhista com foco nas formas de contratação; a construção de um novo projeto para o Brasil; a retomada dos setores estratégicos brasileiros; e meio ambiente, agricultura e soberania alimentar.Às 9h, o economista Márcio Pochmann, professor titular da Unicamp e diretor-presidente do Instituto Lula, e o sociólogo e professor Clemente Ganz Lúcio, ex-diretor técnico do Departamento de Estudo Socioeconômicos e Estatística (Dieese), farão a apresentação sobre “Organização Sindical”, objeto do trabalho em grupo previsto para o início da programação da tarde.
Às 16h10, começam as atividades relacionadas ao segundo tema – Resistir e Reconstruir um Brasil Soberano –, com palestra da economista e cientista social Tânia Bacelar de Araújo, sócia da Ceplan-Consultoria Econômica e Planejamento, e do economista João Pedro Stédile, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).Dia 11 – Plenária e documentário de Silvio Tendler
No dia 11, além do trabalho em grupo sobre o segundo tema em pauta, acontecerá a plenária final, para deliberação de propostas, recomendações e moções, além da elaboração da Carta do Rio de Janeiro.Às 15h, será exibido o documentário A Bolsa ou a Vida, lançamento mais recente do cineasta Silvio Tendler, que participará da sessão. O longa-metragem questiona a disputa pela centralidade do desenvolvimento nacional: se o ser humano e a natureza ou o cassino financeiro do mercado.
O 12º Congresso será realizado presencialmente no Hotel Mirador (rua Tonelero, 338 – Copacabana, RJ) e na plataforma ZOOM virtualmente.
Escrito por: Verônica Couto