Mãos que projetam casas, estradas, transportes, hidrelétricas, navios, sistemas de esgoto, desenvolvem planos de banda larga, otimizam processos agroflorestais. Mentes que planejam as cidades, descobrem outras formas de energia, transformam o sonho do pré-sal em realidade. O 11 de dezembro – dia da engenharia, da arquitetura e da agrimensura – representa a construção cotidiana de um desenvolvimento social sustentável. São profissionais pensando a cidade, o campo e o futuro do país. Acima de tudo, o 11 de dezembro reafirma a valorização profissional.
Foram décadas de abandono antes da retomada de investimentos em obras, pesquisa e tecnologia. Falar em valorização profissional significa respeito aos salários; cumprimento e defesa da Lei nº 4.950-A/66, que estabelece o Salário Mínimo Profissional, cujo valor muitas empresas ainda negam o pagamento; respeito às jornadas de trabalho e às atribuições profissionais. Não obstante a isso, também é preciso investimento em educação, reformulação do currículo acadêmico, tanto na graduação quanto em pós-graduação.
O cenário econômico é otimista e as relações diplomáticas favorecem. O Brasil pode, finalmente, deixar de ser o país do futuro e ser o país do agora. Já fazemos parte do grupo dos países emergentes, denominado BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). Embora estes países tenham forte inserção e credibilidade no quadro internacional, o Brasil – com papel de exportador agropecuário no grupo – é o país que menos forma engenheiros neste bloco econômico. De acordo com informações da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), a Rússia forma 190 mil por ano, a Índia 220 mil e a China 650 mil, enquanto o Brasil forma cerca de 47 mil engenheiros.
É preciso ocupar os espaços e seguir num projeto verdadeiramente transformador. A engenharia tem dado sua contribuição. Este é o momento de discutirmos a participação de nós, profissionais, dentro de um contexto nacional e internacional. O debate que precisamos travar é a defesa de nossos salários, melhores condições de trabalho, o aperfeiçoamento das grades acadêmicas, bem como o investimento em educação, tecnologia e formação continuada.
Muitos são os desafios e inúmeras as oportunidades. O 11 de dezembro simboliza a regulamentação de nossa profissão. Nós – engenheiros, arquitetos, agrimensores, geólogos, geógrafos e meteorologistas – devemos bradar juntos, todos os dias, a valorização profissional e as conquistas sociais.
A diretoria